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Foto do escritorBeija-Flor Editorial

Café de Amanhã


Por Maria Gabriela Cardoso



Pão na chapa enche de açúcares;

os vasos sanguíneos do burguês ao acordar

de açúcares padece o corpo cansado

sem pão na chapa na mesa ao levantar

Frutas fornecem nutrientes essenciais,

lipídeos e vitaminas que enchem o cérebro de energia;

uma uva, uma manga, uma banana

trocam de preços todos os dias no mercado:

a saciedade está tão cara comprar!

Mas o pão, o pão têm simbolismo divino;

na alimentação

foram multiplicados, são o corpo de Cristo

cada pedaço fora dividido após terem sido ungidos

em suas santas bênçãos

Hoje, à mercê do Estado;

que não é divino,

nem pai, nem democrático,

o pão, de tão caro, contrasta desigualmente

com miseráveis salários

condenando à inanição!

O pão divide o burguês do proletário;

enquanto a mão de um estica-se

para no miolo algo ali passar

outras, juntas, rezam à noite

para quando, no café da manhã

do amanhã,

o estômago logo acordar.

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