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Foto do escritorBeija-Flor Editorial

Sobre tempo e catarse




Por Augusto Rossini


Dessa vez, vou mais a fundo. Creio que as pessoas que ainda insistem nessa coluna podem absorver com mais profundidade o conhecimento a seguir, mesmo que seja puramente introdutório. Até porque, inspirar e respirar também é um grande passo. Com isso, você pode ser interrompido desse deleite em qualquer momento (e a todo custo). Mas já se perguntou como aqueles que vieram no ciclo sanguíneo antes de você se comportaram? Um bom exemplo da nossa moral são nossos pais. Mas digo daqueles que vieram muito antes: nossos ancestrais.


Entendendo e respeitando aqueles que vieram antes de nós e que nos permitiram o nascimento é também meditar. É possível também sentir essa empatia por santos, divindades, pelo Deus Uno ou por personas que trouxeram uma consciência iluminada para a sociedade. Pois nosso propósito nessa vida pode ser muito bem ainda o mesmo propósito de nossos ancestrais. Quero chegar diretamente no ponto, sem rodeios: meditar também implica em conversar com nossos melhores e mais experientes parentes e mestres, pedir quando for necessário, agir em função do amor que os norteia, se abrir para novas respostas e chorar quando for preciso se libertar de uma situação. Mesmo que sua relação com sua família não se encontre ou nunca foi algo saudável, insista em quem veio antes deles. Nesse movimento, você encontra a si. Mesmo que nada esteja bem nesse contexto, digo mais: só o que nos resta é o amor. Esse amor pode ser comprovado por um elogio ou por um carinho leve e que você sabe que pode se permitir. No entanto, em muitas situações que não sabemos o que fazer. E quando sentimos um rancor paralisante, o silêncio pode ser a prova de um profundo amor pelos que já se foram ou os que continuam conosco. O tempo traz oportunidades melhores para a ação.


Nesse questionamento sobre certo ou errado, procuramos por fórmulas mágicas de textos insta gramáveis ou em vídeos curtos. Não é sobre isso, é sobre catarse. A princípio, é muito desleal com nossa alma nos identificarmos com as nossas emoções, pois elas não nos definem! Mas pequenos que somos, necessitamos mergulhar nessa ilusão. Isso é parte da catarse. Agora, você entende que meditar implica em respirar. Que implica em viver e que implica em buscar aquilo que te aprofunda criativamente a vida. Portanto, a catarse é encontrada por meio do fazer artístico. E arte também é meditação. Nós buscamos essas respostas e sentimos a vida de modo a entender limites. Quando nada mais se encaixa, nos resta contemplar. E se não temos acesso à arte? Caminhamos nas ruas quando resta tempo e segurança e vemos a beleza do céu se intercalando entre praças, prédios e paisagens. Pergunte a todo esse cenário por que sua vida não caminha da maneira que se espera e terá a resposta em breve por meio de acontecimentos cotidianos. Assim, empoderando a sua mente e sabendo de suas qualidades e defeitos, você também medita e se prepara para ser um instrumento de amor no mundo.


Nossa referência e contato com esse universo se encontra no centro da nossa testa. É lá que nos colocamos, de maneira suave e harmoniosa, como verdadeiros reis de nossa própria mente. Também é por lá que nossos ancestrais comunicam ensinamentos para nós. Pode-se pensar que não é nada possível ter controle sobre a mente. Foi nesse contexto que aprendi sobre a lei da impermanência: de nada sabemos, e o pouco que aprendemos já não se aplica nas novas situações que a vida nos coloca. Com isso, admitir com humildade e com paciência o descontrole sobre a mente é uma prova de sabedoria. Apenas não se preocupe, pois com o tempo tudo se esclarece. O tempo não se fragmenta, ele cura e transforma. 


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